26 February 2005

Intro ou Abertura (Carta ao Director do Jornal)

Coimbra, 9 de Outubro de 2004

Caro Ex.mo Prof. Santos,

Chove forte lá fora e eu escrevo-lhe cá dentro, abrigado pelo tecto da Universidade, donde redijo esta minha carta. Venho por este meio anunciar-lhe a minha decisão relativamente à sugestão que me fez aquando do passeio mealhadense a Campo Maior. Nessa altura, recordo, propôs-me que contribuísse para o Jornal da Mealhada (JM) enviando mais frequentemente textos da minha autoria. Chegou mesmo a falar-me da possibilidade da criação dum espaço meu no JM, uma coluna própria, onde semanalmente eu pudesse escrever.

Depois de muito conversar com pessoas minhas amigas, resolvi aceitar a sua oferta. Venho pois expressar nesta carta o meu desejo de ter uma coluna própria na qual possa contribuir regularmente para o JM. Nessa rúbrica, abordaria temas da actualidade local, nacional e mundial. Eventualmente, por vezes, escreveria igualmente uma curta história. No entanto, fique bem claro, que a coluna que me proponho ocupar é dum teor essencialmente crítico, reflectindo a minha visão pessoal sobre os vários temas que agitam a sociedade.

Gostaria de assinar os meus artigos sob o pseudónimo “o corvo”. Esta palavra tem um significado especial que é desconhecido pela maioria das pessoas. De facto, procurando no dicionário, descobri que “corvo” é um termo para designar alguém que escreve cartas satíricas anonimamente. A própria significação enquadra-se naquilo que eu pretendo fazer. Devido ao meu pseudónimo, apelidaria a minha coluna de “Crónicas Crocitadas”. Agradar-me-ia se pudesse ter uma pequena imagem dum corvo na minha crónica. Se tal ilustração fosse possível, contactaria com uma velha amiga minha que possuiu um extraordinário dom para o desenho e que não se importaria, decerto, de desenhar a dita cuja ave a preto e branco.

Tenho porém algumas dúvidas que apreciaria se me pudesse esclarecer. Primeiramente, que espaço disporei eu para as minhas crónicas? Em segundo lugar, qual deverá ser a sua regularidade?

Satisfar-me-ia muito se eu dispusesse dum espaço análogo ao do editorial do JM. Não me parece excessivo e fornece-me espaço para desenvolver os vários temas apropriadamente. Contudo, se tal for demais, pode-se sempre reduzir a área da coluna para metade, e publicar as crónicas aos pares, isto é, a crónica dividida, que começa numa semana e se conclui no jornal da semana seguinte. Se sucedesse este último caso, penso que é lógico que tal obrigaria a um espaço meu semanal. Porém, se se optar por publicar as crónicas na íntegra em cada semana, pedia o favor de, pelo menos inicialmente, essas crónicas integrais saírem, não semanalmente, mas quinzenalmente, pois não sei até que ponto eu terei disponibilidade para escrever uma crónica integral todas as semanas. Se, mais tarde, vir que tenho o tempo necessário para tal em minha casa, então gostaria de tornar a minha coluna com crónicas integrais com periodicidade semanal.

Anexamente, envio-lhe as três primeiras crónicas que gostaria de publicar. Através delas, poderá avaliar o que escrevo e ter uma ideia do que poderá esperar de mim, tanto em termos de tamanho das crónicas como no que toca ao seu teor. Espero que as aprecie e aguardo por uma resposta sua brevemente.

Respeitosamente,

João Diogo Loureiro

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